sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eficiência Energética VS Construção de Barragens


Será que existe alguma vantagem no aumento da produção de energia eléctrica com o recurso a construção de mais barragens, em detrimento do fomento de medidas para a melhoria geral da eficiência energética?

Não há dúvida alguma que nos tempos que correm a energia eléctrica é fundamental para o normal funcionamento e desenvolvimento da nossa sociedade. Quem nunca se sentiu paralisado sem saber muito bem o que fazer devido a falta de corrente eléctrica, mesmo que fosse uma falha de escassos minutos? Mas tal facto não inviabiliza a necessidade de se encontrarem alternativas que acabem com a destruição de vastas áreas naturais.

Não posso desvalorizar as medidas que já foram postas em prática na tentativa de efectivar uma real melhoria da eficiência energética do nosso edificado, nem desvalorizar o aumento progressivo da produção de energia eléctrica com recurso as energias renováveis. Mas temos que fazer mais e mais para sensibilizar as pessoas quanto a necessidade de redução do consumo de energia.

A uma década atrás quem diria que iríamos ter uma adesão tão elevada ao uso dos ecopontos? Quem diria que o termo triagem e reciclagem faria parte do nosso quotidiano? Isso só foi possível devido às fortes campanhas de sensibilização junto da população, do poder local e sobretudo junto das escolas. O mesmo deverá ser feito no incentivo à poupança de energia. Quanto menos se consumir menor será a necessidade de produção.

Eu sou apologista de uma produção de energia eléctrica junto dos locais de consumo, reduzindo-se assim as perdas de energia na rede, evitando-se a construção de estruturas megalómanas, possibilitando-se o desenvolvimento económico local.

Acredito e sei que as barragens existentes foram e são um necessário contributo para o desenvolvimento económico do nosso país e uma importante ajuda na tentativa de se alcançar uma futura independência energética.

Agora uma coisa é certa, não podemos refutar que os impactes ambientais resultantes da sua construção são elevados e irremediáveis por mais que se fale nas medidas de minimização, correcção, correctivas e de compensação. Não apenas têm impactes negativos sobre os ecossistemas mas também sobre a qualidade da água, sobre a erosão costeira, sobre a factura de electricidade das próximas décadas, bem como sobre o modo de vida das populações locais.

A melhoria da eficiência energética é sem dúvida um meio indispensável para se atingir um desenvolvimento sustentável, um desenvolvimento que não hipoteque o nosso património ambiental e social.