Caro leitor, chegou aos meus ouvidos por intermédio de uma pessoa amiga, a informação de que o Rio Este esta despoluído a montante da Grundig. O meu “informador” teve acesso a esta informação a partir de um semanário bracarense, publicado no dia 26 de Junho de 2008, onde está transcrita uma entrevista feita ao Sr. Nuno Ribeiro Administrador da AGERE.
Quando me vi confrontado com esta “realidade” tive que parar no tempo e meditar sobre os novos dados com os quais fui confrontado. Após algum tempo de meditação disse em voz alta “como podem as águas do Rio Este estar despoluídas!?”.
Realmente não posso afirmar que o Rio Este seja um rio com uma água de péssima qualidade, visto nunca ter lido ou ouvido qualquer resultado de uma análise efectuada aos parâmetros microbiológicos e físico-químicos daquele curso de água.
Sei que não basta saber que ocorrem descargas ilegais, ver com os meus próprios olhos a cor “benetton” das suas águas, sentir um cheiro por vezes desagradável e constatar que a fauna e flora são uma utopia naquelas paragens, para poder afirmar que estamos perante uma água de fraca qualidade.
O que eu sei é que para se poder afirmar qualquer coisa, é necessário ter dados concretos que comprovem um mais um, que aquilo que estamos a afirmar é sem sombra para dúvidas uma realidade e não uma falácia ou uma dúvida.
Dizer que o Rio Este esta despoluído é de facto dizer muito pouco ou nada. Os parâmetros analisados numa amostra de água de um rio podem ser muito variados e distintos, consoante o uso que se pretende dar.
Antes de se realizar uma análise é necessário saber de onde provêm a amostra e saber qual o uso que se lhe quer dar, porque se quisermos saber se a água tem características qualitativas que permitem a sua ingestão será necessária a inclusão de parâmetros que não são necessários e menos rígidos na análise de uma água balnear.
A título de exemplo e recorrendo ao Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto, anexo VI (qualidade da água para consumo humano) e anexo XV (Qualidade das águas balneares) posso informar que numa água para consumo humano é necessário analisar o parâmetro referente a concentração de germes totais o que não acontece para uma água balnear. Uma água de consumo não deve conter organismos patogénicos enquanto que numa água balnear há valores máximos admitidos (VMA) até os quais à água é considerada de qualidade.
Não duvidando da palavra do Sr. Nuno Ribeiro e somente pelo facto de ser uma pessoa interessada nestas matérias por ter formação na área do ambiente, e também pelo facto de residir em Braga e me preocupar com a saúde pública, gostaria que fosse publicado num jornal local o resultado das análises que tornaram possível se afirmar o fim da poluição do Rio Este a montante da freguesia de Ferreiros.
Se realmente o Rio Este esta despoluído e caso seja próprio para banhos, que tal pensar na ideia de se fazer uma praia fluvial!?
Frederico Abreu